Alma antiga
A alma sem compreensão, transforma-se em forte temporal e as palavras todas, da mente e de todo o mundo desaparecem, sentimentos outros invadem, tomam força por dentro, confundindo-se na escuridão do tempo fechado, também um amor calado fecha-se em si, por lá os desejos se consomem, sozinhos e sem vida, de voos perdidos, sem poder pousar onde mira, por isso suspira, e os sonhos se escondem.
Os clarões dos céus, tentam abrir os olhos que se fecham... para além da solidão. Nem céu nem chão ...resta só um momento. De sonho em sonho, o amor desperta, tece ilusão feito um pássaro em seus voos que também segue tecendo vida, em frágeis galhos, faz o seu ninho, busca uma felicidade desconhecida, e diferente, de cores, leveza e muita paz, depois volta a dormir.
Alma de desencanto que desperta, mas não sai da sombra para beijar o girassol, não quer olhar para a abelha, ou voar alto, voar longe, seus pensamentos descem escadaria formada por pedras, que molhadas, parecem atravessar as serras, mas do lugar não saem.
E os raios frágeis de sol, mudando os tons das montanhas, faz fluir outra vez o desejo da alma antiga, alma de canto, e de paisagens, enquanto um olhar perdido, eleva-se num novo mundo também desconhecido, a imaginação louca, ora chora, ora canta, canta um amor até findar mais um dia e nas noites outros sonhos virão mesmo em sonho, na chuva da emoção, outra vez adormecerá, e assim aos poucos de uma vez morrerá.
Liduina do Nascimento