Vlad Paganini

FLOR DE ORVALHO

FLOR DE ORVALHO

‘Flor do tempo

Flor de orvalho

Pausa no vento

Escorre lento

Suor de seda

Brota em mim a tua cor

A única que desabrochou em meu jardim sem flor‘

 

Sou flor de barro

Orvalho da manhã

Flor de capim

Vento que sopra

Seiva de amor

Cruzeiro e andor

 

Sou olho da terra

Beleza e amor

Sou poeta das palavras

Sina devorada

Céu estrelado

Arco íris que espalha nos céus

Jorrando nas veias

Pulsando ardor

Flor de barro

Flor de orvalho

Poeta e sonhador

 

Sou alma pura e vadia

Gota d’agua

Lua, sol, frio e calor

Eclipse que espalha no céu

Lua de fogo rubra vermelha

Cinza que se derrama

Soprando a fome o cio

A beleza e o amor

 

O teu frescor pé de capim

Flor de maio lírio jasmim

 

Sou sêmen do tempo

Ganhador de sonhos

Em meu corpo aquarela de um sonhador

Rasuro e escrevo desenhos

Minha alma e meus desejos

E jorro meu gozo em pensamentos

 

Sou emocionalmente um ser vivente

De todos os cheiros e de todas as cores

Sou flor de orvalho, forte, frágil  

Caminho descalço com a minha nudez em teu corpo

Que esculpo em tua pele e em meu rosto

 

Sou flor, sou pássaro, sou vento

Pernas, coxas, lábios acesos

Sou orvalho entre a flor e a nuvem  

Escrevo de joelhos as minhas crenças

E planto em minhas poesias

Compondo toda a minha vida

Regando e brotando

Todas as minhas tristezas e meus sorrisos

Vlad Paganini

 

‘Beijo flor no teu orvalho

Nos canteiros da tua boca

Te beijo em cores no teu jardim

Beijo tua língua desabrochada com sabor de terra

Como nenhum beijo até hoje nunca lhe ter fecundado

Engravidando o útero dos teus lábios

Como nunca antes fostes beijados ‘

 

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