poeta44

SEXO

A vela apagada chama

pela chama que gatilho

velar num ponto de flama

a chama que bem presilho

 

na vela me chamo ao fogo

ilumino toda a casa

a mim mesmo dou-me louros

mas a chama me navalha

 

sou cortado em mil pedaços

pelo fogo que não queima

me queimando como escravo

num teima macio me ajeita

 

a chama me aquece louca

dando à casa ar celestino

surgem anjos insistindo

em me ver queimando à solta

 

entre a vela a derreter

e o meu fulgor a crescer

a casa dispara aplausos

tudo reverbera espasmos

 

ao fim dos cortes num plexo

a chama desfaz a vela

tudo lento e num reflexo

a casa volta ao que era

 

mesmo de volta ao escuro

por dentro sou puro brilho

no presilho do ar me fujo

ao outro ponto do gatilho.