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Carlos Lucena

FUMO(CIGARROS)

Olho a espiral

Da fumaça dos meus tragos

E a brasa acesa do cigarro

Transmuta o carbono em minhas veias

A fumaça vai desenhando sonhos

Mesmo que mutile minhas células.

Meus dedos longos

Prendem a haste branca

Que logo em cinzas

Absorta se esvai,

Vou penentrando

Na penumbra de um refúgio

E de mãos dadas com a espiral

Navego na fumaça do pensamento

Navego na terra 

Voo sobre o mar

E vou até onde a espiral me leva...