A verdade
A verdade é que escrevo há muito tempo
E nem tudo foi dito
A verdade não precisa ser dita constantemente.
É o bastante para saber que todo poeta esconde algo maior.
O corvo e sua solidão
O poeta e suas lamúrias
A alma e a vida.
O corvo dentro do meu peito se esconde quando viajo para dentro,
Volto com um balde cheio de ruínas na busca de me salvar,
Volto machucado a cada busca
Tentando me limpar.
A obscuridade que há em um poeta sempre será sua face verdadeira.
O que minha alma grita nem sempre devo escrever
O silêncio é mais agradável nessas linhas douradas
Nesses versos e vindas eu me faço verdadeiro.
Cada parte de mim que sai
Se torna uma carta de suicídio,
Um suicídio que adio a cada palavra
A verdade é que acho que tive uma infância boa, não sei de onde vem esses lagrimeijos
Os anos se passaram e a vida adulta chegou, pude ver o quanto de dor existe e o quanto pude suportar. Analisei que a maioria das dores que tenho na verdade nem são minhas.
No fundo são.
Sempre foram minhas
Pois eram dela.
Tenho medo de que se curadas acabe com minha essência,
Mas o meu verdadeiro medo é que elas nunca se curem
Sou poeta e como todo
Sou fragmentos e como todo
Sou vários
Parece que busco a todo momento abrir minhas feridas só para vê-las sangrar,
Há horas que sou meus algozes,
Hora angústia, hora loucura
Hora dor, hora esperança.
São horas sombrias
E a luz que sempre busquei está distante demais para alcançar
Esquizofrênico?
Eu?
É loucura ter um diálogo com todos os eus?!
Um debate sem fim
Quem está no controle?
A verdade é que o mundo que vivo não me interessa
E quando viajo para dentro do meu
Ele me assusta
Fragmentos
Fragmentos
Tudo em mim doi
A verdade é que sou suicida, mas sou poeta, e isso transcende tudo que já fui