Helio Valim

Descaso natural

 

Um intenso sol estival,

naquele tórrido verão,

brilhava sobre milharal,

queimando a plantação.

 

Um ardente vendaval,

a esquentar o coração,

rompia o dia normal

clamado em oração.

 

Um desconserto não banal,

que expõe, sem opção,

a pura verdade brutal

do homem e a exploração.

 

Um eterno viver carnal,

em rumo à destruição,

cultua sua verdade amoral,

alegando suposta evolução.

 

Um descaso universal

com a Terra e o coração

devastando o que é natural,

sem coerência ou coesão.

 

Um olhar simples e racional

não vislumbra solução,

apenas devastação imoral

da vida e da concepção.