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Jonas Teixeira Nery

Procura

Procuro-te, todas as noites, em todos os bares.

Nas ruas dessa cidade vejo teu rosto, tua beleza áspera.

No sonho confuso das minhas noites longas,

amarguro tua indiferença, nesse abandono desordenado!

 

Quisera te esquecer!

Alçar voos para minha liberdade de ti (que não me escutas!)

Perseguir minhas poesias tácitas, buscando novas rimas,

alicerçando essa vida marginal, destituída de segredos.

 

Ainda assim, procuro-te!

Relembrando-te nos meus versos rotos,

na gravidade da minha loucura, entre devaneios,

nos rostos indiferentes dessa caminhada,

na perplexidade da minha solidão, nesse vazio.

 

Matas aos poucos o que te ofereço sinceramente.

Aniquilas todos meus gestos afetivos, espontâneos,

com tua frieza teu desprezo, nesse caminho errante.

Partes a cada volta, bruscamente, apunhalando-me.

 

Cansa-me a representação do teu palco de carências!

Resta-me o abandono desses dias tristes e inóspitos.

Reflexo dessa tua ausência sem sentido, desmedida.

Esquecer-te é o que me resta nessa procura de um abrigo!