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Filipe Miguel Baptista Pires

Querer tudo é não ter nada.

 

Longínquos vão os tempos
Em que tudo era cor de rosa
Ricos em acontecimentos
Uma época maravilhosa.
 
Não posso dizer que não tenho saudades
Estaria a mentir não dizendo a verdade.
Mesmo nos dias menos conturbados
Mostravam quão dura era a responsabilidade.
 
Como nada dura para sempre
Penso que não há ninguém que não se lembre
Que foi com a queda do peão Mor
Que tudo descambou para pior.
 
Anos depois seu par partiu de vez
Soltou-se a ponta que segurava a ligação
Depois disso o que o destino nos fez
Ficou adormecido como um vulcão.
 
Durante muitos e longos anos
Várias montanhas se erguiam
Acontecimentos insanos
A prometer que explodiriam.
 
A queda do atual comandante
Prometia diversos cenários
Mas a ceguez por um amante
Revelou-se rica em calvários.
 
Chegou o dia de vermos com nossos olhos
Anos e anos tudo em apenas segundos.
Tantas pequenas histórias aos molhos
Capazes de recrear vários mundos.
 
Quando queremos tudo
É possível que a vida nos pregue uma partida,
Ficamos agarrados no tempo sem futuro
Forçando ilusões do que seria ter uma vida.
 
Poderiam ter feito parte de tudo
Mas tudo queriam do seu jeito
O momento atual é mais do que um luto
Fruto do mal bem fundo no peito.