Jonas Teixeira Nery

Possessão

Teus seios pequenos entre cânion, nesse vale,

compensa-me nessa cama macia, nessa impetuosidade,

nessa visão, inspirando-me poesias, nessa paz aparente.

 

Na tua vivacidade, entre respirações com olhos de mormaço,

concedo todos teus desejos, arfando de curiosidade.

Tua boca gozando a intromissão da minha língua,

ensaia convulsões e arrepios profusamente.

 

Teus cabelos espalhados pela grama, desse jardim,

incitava-nos nas agonias desse sexo afogueado,

nessas perseguições amorosas, entre audácias e desejos.

Impertinentemente possuía completamente nessa noite!

 

Arrebatamentos e avidez, entre sombras disformes, ousamos!

Explorei toda a geografia do teu corpo abrasante,

na quietação desse dia inútil, entorpecido nessa casa.

Sorvi o teu cheiro e contemplei essa tarde de audácias.

 

Impregnei-me do teu suor, do teu sexo.

Deleitei-me da tua boca úmida, entre beijos.

Explorei tua cama, sem pressa, sem arrependimento.

Agora restou-me essa paz, esse silêncio, essa paisagem!