Quando olhares para o céu enevoado,
E os dias tu sentires enfadonhos,
Saberás que nesse céu enluarado,
Nessas brumas que vagam nossos sonhos.
Tu bem sabes que eu sigo amargurado,
Que os ventos vão calados e tristonhos,
E na sombra em que vivo encastelado,
Há luares do passado tão risonhos.
Lacrimejas à morte que te espera,
E nos místicos silêncios de outrora
Andais em fenecida primavera...
Longe do campo santo que vagaste,
Se o peito toca-lhe o clarão d\'aurora,
É porque a madrugada contemplaste!
Thiago Rodrigues