Jonas Teixeira Nery

Poma da tristeza

Na transparência dessa manhã, clara manhã,

nesses campos verdes, inspirando sonetos...

Impera a tristeza desse coração alquebrado,

por tua partida repentina, silenciosamente.

 

No canto desses pássaros, profusa melancolia!

Todas as músicas tristes nesse tédio, entre feridas,

nessa clara manhã da minha vida, entre sombras disformes,

sem solução, numa composição de tristeza se espargem.

 

Na brisa vinda do lago, trazendo esse vento cálido,

sinais de um dia claro, entre vales e encostas verdejantes.

No tremor de meu corpo, murcham lentamente meus desejos,

entre pensamentos devassando nossos segredos desmedidos.

 

Na suavidade dessa manhã, nesse dia sorvendo meus desejos,

sons provindos dessas árvores arfantes, entre calmarias,

entre luzes irradiando energia nesse jardim da minha casa,

trazendo essa estúpida lembrança, nesse sopro de saudades.

 

Solidão, desamor e dor em conjunção, não rimam,

nessa clara manhã dos meus sentidos, sem respostas,

desse ser cansado, triste, aniquilado, nessa procura extenuante,

entre lágrimas silenciosas, nessa saudade, permaneço.