Te vejo em terno contentamento matinal
Nas nossas bocas, o gosto do café, e algo mais
Estou em desjejum de outras noites,
De outros pães sagrados,
As manhãs insistem na janela,
O sol quer entrar, invade as frestas,
Enquanto eu invento planetas,
Invento casas com famílias,
Em segundos você passeia
com minha paz a tiracolo
Por ruas que nunca andei,
Domina meus sonhos,
A guardiã do meu sono,
Pouco dorme,
Sempre volta para um último beijo,
Te olho tanto, te zelo tanto,
Tenho a felicidade, e o medo
Na mesma página,
Trago depósito de letras
Em desuso no meu coração,
Passo os dias imaginando
O teu próximo sorriso,
Curioso, eu sempre caio no lugar comum
Lua, flores, estrelas e
eu te amo … eu acho lindo! Mas cansa, quem quer apenas assistir
a um filme,
Essas coisas que falo,
já não cabem nas caixas
de papelão que acumulamos,
Tenho um coração arcaico
De céu azul, praia e canções,
Por isto invento outras possibilidades:
Cavernas, desertos; o fundo do mar…
Sei que um dia vai se cansar de tantos clichês,
E fugirá com os lobos dançantes,
Sou tão óbvio…e você tão bela,
E essa lua sobre nós!
Quem ama fica assim redundante,
Melhor então inventar planetas,
Onde não habita lobos… dançantes