Ele bateu a tua porta!
Trazia as mãos cheia de doação,
pedindo um pouco de afeto em troca.
Vinha de muitas guerras em tempos passados.
Não pedia mais que um pouco de abrigo,
aconchego fugindo desse abandono desordenado,
exasperado nessa ausência, embriagando confidências,
sucumbindo entre ardores, nessas revelações íntimas.
Ele bateu a tua porta, vazio, nesse abandono.
Desolado, entorpecido nessas melancólicas recordações,
da vida compartilhada entre medos e sobressaltos.
Atormentado, náufrago nessa vida de pesadelos.
Contemplava esse deserto árido cheio de ironia,
nesses tempos de armadilhas marcando seu caminho.
Apelo a tua porta deste homem soturno, flagelado,
sufocado nessa destoante vida de incertezas.
Quem é esse homem derreado, emoldurando tua casa?
Esse homem transbordando desalento, impreciso,
nos descaminhos dessa tarde, cheio de angústias,
cúmplice desse tempo irônico, no ocaso desta vida, quem?