Maria Vanda Medeiros de Araujo

Cor e destino

A melanina do destino

Sem razão, sem perdão, sem a intercessão

De Aparecida ou Iemanjá

Desde menino.

 

Não. Não escolhi

Que meu corpo alí no chão

Despertasse raiva, dor ou reclamação.

Desculpas,

Nunca foi a mInha intensão.

 

Sim. Vivia em mim

Uma alma de guerreiro

Que amava, que lutava,

Que sofreu.

Que sonhou ser passarinho.

 

Não. Não vai acabar

É barco de papel

É pipa no ar

É o som da rajada

É sangue negro a derramar.