Lá fora uma brisa que me espreita!
Insiste em caminhar comigo nessa solidão,
solidão de palavras e gestos, sem abrigo,
constantemente nessa alcova de angústias.
Há um mundo maior que esse quarto, aniquilando-me.
Muitas incertezas nas tuas feições vazias,
tantas esperanças contidas nessa solidão,
nesses corpos corroídos nesse tempo inexorável.
Há o balouçar das ondas, do navio de porto em porto.
O balouçar das pessoas dentro desses navios ermos,
O balouçar das pessoas dentro dessas ondas transbordantes.
Lá fora há mais que a vida, que as ondas, que os navios....
Há muito mais que essa moldura dessa paisagem,
refletindo esse desespero de nossa mudez permanente!
Há a casa em silêncio, espectro dessas sombras,
escondendo as noites impertinentes, entre penumbras.
Lá fora há mais que os anseios, as frustrações,
há o imaginário do que não vejo, do que só ouço.
Entre paredes há espectros destoantes desses desencontros,
ruminando permanentemente nossas desesperanças!