MAIOR LEGADO
Decalcando a bandeira que tenaz se arvora
Na face senil do indômito vivente,
Quando esgarçadas as forças que o condecora
Quando o descompasso do passo já é premente
Aprende-se: é debalde a arrogância soer
De nada vale ensimesmar-se de majestade;
No final todo trono há de se desvanecer
Em sua paradoxal fugacidade.
De todas as suas labutas, com efeito,
Praza ao homem o inexorável preceito
(Que néscios enxergam como quimera):
O maior legado, indubitavelmente,
Daquele que cerra a pálpebra morrente
É somente a essência do bem que fizera!
Marcos Valério de Souza