Assim que acaba
Recomeça
O sabor da insatisfação
Esfria o ardor
Tem pressa
Os humores se aquecem
Se revolvem, se agitam
A vasilha ferve
Imperfeito
Depois de feito
Não importa o que digam
Encobre-se a tela
Rasga-se o papel
O cinzel põe-se a destruir
Fecha-se a janela
E volta a se descobrir
De volta ao começo
É preciso filtrar
Separar a tentação da sensação
A verdade da vontade
O suor do perfume
Tudo tem um preço
Feito isso
Pintam-se as palavras
Dá-se cor, ritmo e movimento
Sopros da criação
Dizer o mesmo
De uma outra forma
Ser original é a norma
Não ser banal com o coração
Não lançar palavras ao vento
Não ser igual
Enfeitar o pensamento...