Perdoe-me essa paixão, perdoe-me!
Não sou mais que esse corpo que se inflama,
não sou mais que este copo vazio, dissonante,
que te quer exasperadamente, sem medidas.
É só magia esse amor sentido entre paredes.
Essas noites passadas juntas, intensas, passageiras.
É tortuoso esse caminho (que te afasta de mim!)
Não sou nada na falta desse abrigo de cumplicidade.
Olho-te na foto deixada nesse crepúsculo.
Memória de uma paisagem abstrata, diluída entre ais.
Anseios que ecoam feito música, nesse clamor,
música triste no teu silêncio sem propósito.
Perdoe-me essa paixão incontida, descabida!
Paixão de um náufrago, singrando mágoas,
nessas noites solitárias desses mares bravios.
Na tua ausência sentida, tormentas me invadem.