Carlos Lucena

A FLOR E O TEMPLO

A FLOR E O TEMPLO
Se eu canto a flor
Cantarei também a rama
A flor que despetalada  chora de dor
E a rama desfolhada machuca 
o peito de quem ama!

Se tiram da flor o seu perfume
Ela logo seca
E no caule se entristece
Lhe sobra apenas o hálito do queixume
Como o coração do amante que padece.

Se o sol quente lhe consome a sua beleza
E o calor estraga-lhe o seu vigor
Vem  o  orvalho
Regar-lhe com lírica leveza
E assim como a flor orvalhada é leve
o coração  umedecido
É o templo sagrado do amor...!