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JOHNNY11

No meu canto

No meu canto, estou no meu canto, nunca precisei tanto, acho que estou rendido ao seu encanto, Perdido no meu canto, Me lamento, Por ser tão estranho mas é só o vento, que leva tudo à frente, não avisa cabeças, mente distante que eu tenho, afugenta tudo e todos, eu, no meu canto, e tu no teu, nós somos fruto do sangue que escorreu. No meu canto, em silêncio, canto e danço, calmo e sereno O sentimento com que canto não é indiferente, a toda gente que o ouve, não por engano mas porque soube, por terceiros, o meu nome por inteiro ponho-te a um canto com o meu canto, nem preciso fazer um desenho, tenho a força que deus me deu, desde o meu nascer Com trapos de pano a cobrir-me o rosto Eu posso ver o meu desgosto Tens de nascer de novo para seres como eu, forte e robusto como um trovão, No meu canto não há espaço para o amor e a paixão No meu canto há espaço para a amargura e a solidão No meu canto, há poesia declamada pelo meu vozeirão Nas noites quentes de verão Tira-me esta angustia, leva-me de volta a casa, mata-me com a tua prenuncia, a pronuncia da chama que nunca se apaga saio do meu canto, com respeito a esse lugar que me deito, e que com a mesma força da queda me levanto No meu canto, eu sinto o bater do meu peito, ele grita, eu te desejo, eu te anseio, eu não te deixo, eu te amo...