Arlindo Nogueira

ÁGUAS DE MARÇO  

Andando pelas dunas

Desde da beira do cais

A esperar pela escuna

Talvez nem vem mais

Fundiu-se nos oceanos

Tal qual dor que passo

Das seguidas lavinas

Das águas de março

 

O silêncio da lágrima

Denuncia algum medo

Em seu olhar de águia

Há um fito de segredo

Que imerge na retina

Luz de descompasso

Das seguidas lavinas

Das águas de março

 

O desvelar e nuances

Que estão dentro de ti

Dão asas ao romance

Por qual choras assim

São ondas em caracóis

Inundando teu espaço

Das seguidas lavinas

Das águas de março

 

As lágrimas que rolam

Feito ondas em sua tez

Emergem de histórias

Mal contadas talvez

São neblinas da vida

Cortinando percalços

Das lavinas seguidas

Das águas de março