Ernane Bernardo

Enigmática Solidão!

 

Enigmática Solidão!

 

… Enigmática solidão! 

Tens me tirado o meu descontinuar na minha solicitude 

Minha face descreve minha tormenta 

E o meu pensar fica na caixa de enigmas 

Em milhões de fragmentos que já não posso decifrar.

 

… Involuntária melancolia 

Vai dilacerando a alma 

Flagela minha indumentária solidão 

Faz doer nas vias do coração 

Consumindo toda energia.

 

Encapa a alma 

Refrigera o coração 

E ao léu, deixa enigmas 

Sua essência, à mercê da solidão.

 

Desconecta do nirvana 

Refugiou-me de tudo e todos 

E da velha intuição. 

Ouvi levemente sussurros da ventania 

Logo, rogo pela minha querência.

 

Passam-se as horas de indagação 

Passam dias, semanas… 

Já não se pode vê a linha da imaginação 

É hora de deixar nas mãos do senhor tempo.

 

Desvelando um novo dia 

Apelo aos anjos na minha inquietação 

Com harpa prontificaram ao som da melodia 

Rogo-te exaustiva manifestação.

 

Busco novas alegorias 

Busco contagiar-me de alegria 

Busco a forma de amar em euforia. 

Quimera! 

 

Solidão! Eu penso, eu choro 

Intuição! Eu sinto, eu vejo 

Libertação! O vento sopra e devasta 

Toda minha solidão!

 

_ Ernane Bernardo