Jonas Teixeira Nery

O tempo passou!

O tempo passou, trazendo-me rusgas, ressentimentos!

Passaram-se os anos e minha filha cresceu entre sonhos,

entre realidades, solenemente passou o tempo.

Devastador esse tempo sem quimeras...

 

Testemunha desse tempo meu cansaço!

Profundamente depositário de minhas lembranças,

tênues lembranças de minha infância, cercada de sonhos,

entre brincadeira de criança, nos campos desse meu lugar!

 

Quando parti, deixei sepultado nesses mares de morro,

todos os amigos nessa despedida para outros mares.

Imensa incógnita nesse tempo de madureza, entre sombras.

Inesgotável sedução desse mundo novo, posto a minha frente.

 

Expectante nessa vida de tempos passados, sepultando minha juventude,

deixando-me entre lembranças que ficaram e tristezas infindáveis.

Tempo que não me humanizou, nem me separou dos sentimentos tristes,

nessa perda da infância, nesse desapego dos meus irmãos.

 

Tempo incongruente! Sempre esse tempo.

Tempo que me aprisiona!

Tempo que me arrebata

Tempo! Tempo! Tempo!