Enveneno-me, na percepção nefasta
de que o humano, de si se afasta
E tudo o que deveria permanecer, perde-se
tornando-se fumaça
Sobra “status”, afeto não calha
Enveneno-me no medo, desassossego
a impregnar o ar que respiro
Há sempre uma arma, a espera de quem
lhe aperte o gatilho
Anseio paz, um velho e caro artigo…
Enveneno-me sob olhares insólitos
Gritam por socorro e não posso acudir
Sou apenas, outro olho
mais um, amontoado no fosso
Dessa caverna, da qual não podemos sair
Enveneno-me… na insatisfação da utilidade
Fraqueja sob probabilidades, de
Ver tudo ruir…
Clamo, por antídotos contra tanto veneno
Doses de amor e otimismo
Creio!
O amor, há de vir
Dependemos dele, para existir…
Ema Machado