Vim da margem do Rio Solimões
O meu clã vem da metade planta
Sou buriti palmeira que encanta
Faz o balanço da proa da escuna
Sobre águas dos furos e igarapés
Pescador de piranhas e tucunarés
Eu pari do ventre da tribo Ticuna
Sou Índio da selva da Amazônica
Velho guerreiro do verde sertão
Durmo em esteira jogada no chão
Na tradição aldeia tem seu nicho
A língua do Ticuna é tradicional
Do falar isolado no idioma tonal
Eu uso colar de dentes de bicho
Vivo bem distante da povoação
Na grande árvore ouço chilrear
Da patativa nos galhos a cantar
Sobre o Solimões fazendo festa
A ressoar nas folhas do tucumã
Hino imensurável das manhãs
Tal qual o som duma orquestra
Tenho orgulho da taba Ticuna
Da suprema divindade o tupã
Metade planta origem do clã
Como cacique Pedro Pinheiro
O chefe da tribo nos igarapés
Foi buriti foi arara e tucunaré
Índio Ticuna o puro brasileiro