O filósofo francês Sartre disse uma vez que “viver é isso, ficar se equilibrando o tempo todo entre escolhas e consequência”. Muitas escolhas podem determinar o rumo de uma vida toda, isso se extende em um caminho para a felicidade ou um grande declínio para a tristeza.
Por mais que tenhamos milênios de anos da caminhada da humanidade, inúmeras histórias de grandes reis, vários filósofos que se aprofundaram nos assuntos pertinentes da humanidade, da sociedade e da forma de como vivemos, ainda assim não conseguimos fazer boas decisões. Quando nos deparamos com situações de que ficamos convencidos de que somos incapazes de resolver, procuramos ajuda em conselhos ou exemplos de pessoas de sucesso e aplicamos em nossas dificuldades, mas por que fazemos isso? Por que ficamos tão preocupados com nossas incertezas e o futuro? Simplesmente porque temos medo das consequências.
As vezes podemos ter uma pequena noção de como seria o nosso futuro à partir de nossas escolhas, mas a grande verdade é que nunca vamos ter certeza de como será o “depois”. Existem momentos em que a incerteza nos leva a escolhas imprudentes. No filme Batman: The Killing Joke (1988), Coringa diz uma frase muito interessante, ele diz “basta um dia ruim para reduzir o mais são dos homens a um lunático”, essa frase juntamente com situações que remetem a mesma me fazem pensar em como somos escravos das consequências, logo também penso em liberdade.
Mas afinal, o que é liberdade? Normalmente assemelhamos a liberdade a pássaros e aos seus voos, o pássaro virou um símbolo da liberdade pelo simples fato de poder voar, mas agora imagine o seguinte: você pega um pássaro e o prende em uma gaiola, logo ele ficará limitado e vai perder sua liberdade. Então, esse exemplo de certa forma nos faz pensar que somos livres já que não estamos em uma gaiola, certo? Não, é aí que está a resposta, pássaros não sabem o que é liberdade e muito menos sabem que são livres, mas nós sim.
Falando por mim, esse é o problema, eu sou muito inteligente, eu sei de mais, sei que nasci, sei que vou morrer, sei o que é finitude, sei o que é passado, presente e futuro, eu consigo imaginar qualquer coisa, mas a sociedade, meu corpo, minha mente, tudo limita minha liberdade. Pensamos tanto na nossa liberdade e em como somos limitados, mas se formos parar para pensar a liberdade não é nada menos e nada mais que uma criação do homem de uma tentativa de esforço de fuga dos próprios pensamentos e a falta de acomodação com o ambiente em que se encontra, mesmo sabendo disso de forma inconsciente, passamos a vida toda atrás disso sem conseguir dizer ao certo o que é e nunca conseguindo alcançá-la de verdade.
É quase como se tivéssemos que se libertar da própria liberdade. Depois dessa explosão mental ainda podemos ter a certeza de que a única coisa que podemos ter poder verdadeiro são as nossas escolhas, ( será mesmo? Zuera tô brincando ) claro que não podemos decidir as nossas consequências, por isso temos que ter em mente que nossa vida é como se fosse uma fila de dominó, de acordo com nossas escolhas podemos desencadear diversas coisas. Vendo por esse ponto de vista parece que a vida está constantemente com uma arma apontada na nossa direção exigindo uma escolha, sinceramente que coisa chata, viver é legal mas as vezes é muito chato e até cruel de mais, confesso que as vezes tenho vontade de pedir arrego.
Imagino que depois de tudo isso você deve pensar que eu não tenho o mínimo amor e apego pela vida, a verdade é que, eu quero continuar vivendo, indo em frente, conhecendo as manhas e as manhãs. Eu errei? Muito, eu queria fazer melhor? Claro que sim, mas era justamente isso que eu tava fazendo, melhorando um pouco de cada vez. Aí você chega no meio de tudo isso e acha porque eu não me arrependo das coisas eu não gosto da vida, eu gosto da vida, esse é o problema provavelmente, eu gosto demais da vida, muito mais do que ela merece, tudo que eu fiz foi por essa paixão quase cega pela existência, eu nunca cedi o desejo da morte mas agora vendo tudo em perspectiva vejo que é muito mais difícil não ceder o desejo da vida. A morte é igual para todos, a vida que é diferente, a vida faz a gente do jeito que a gente é, foi a vida que fez de fulano alguém inteligente e de ciclano alguém burro, a vida fez de mim uma péssima pessoa, o quanto é nossa culpa e o quanto é culpa do acaso é um cálculo impossível de se fazer e é difícil entender isso de verdade, eu nem finjo que consigo, é uma relação desgraçada essa que temos com a vida.
Mas se você quer alguma coisa parecida com arrependimento, eu tenho uma pra te dar, eu queria ter sido mais gentil, eu queria ter sido mais gentil com as pessoas que vivem só de arrependimento, que acham que não tem como melhorar, que não se dão conta que seriam capazes se simplesmente soubessem o quanto são capazes, com as pessoas que são tão inseguras que acabam ficando insuportáveis, com as pessoas que vivem de pura futilidade e com as pessoas que acham que tudo é futilidade, eu queria ter sido mais gentil com quem apanhou tanto e fez tanta curva errada que não consegue ser mais gentil com ninguém. Eu queria ter sido mais gentil comigo mesmo.
Bom, essa foi minha redação, desculpa pro ser um pouco grande
, mas se você gostou ou tem alguma crítica pode mandar no meu direct, obrigado :) S2