Ainda que eu pudesse sentir o vento morno
Tendo as janelas abertas numa noite fria
Olhando para o céu vendo estrelas cadentes
Completamente liberto das mesmices
Ainda assim o desejo premente de viver o belo, a singeleza do simples estaria em mim
Eu quero um jardim bem florido pra me distrair!
Nas cores das flores aliviar minhas dores
Inalar seus perfumes, me intorpecer de alegria
Despojar-me da matéria estando com elas noite e dia
Quero ver crianças na rua brincando descalças
correndo pra lá e pra cá sem saber das horas
Sentir-me cansado como elas pra dormir nas nuvens
Sonhar voando num cavalo alado sobre o mar
E vindo o desânimo querendo abater-me,
quero encontrar um ancião com cadeira na calçada pra contar-me suas estórias do passado
E com ele encontrar na saudade a vontade de viver
Num domingo de manhã bem cedo ir passear na praça da Matriz
Cumprimentar as pessoas com um abraço e sorrir
Quero dar, sentir o calor humano com aqueles
que nunca vi
Com meus pulmões sentir a emoção de existir ao respirar
Quero elevar meus pensamentos ao Pai criador
Contemplar a natureza me sentindo parte dela
Agradecer por estar aqui vivendo e aprendendo a amar.
Cláudio Reis