//meuladopoetico.com/

Barbara Guimaraes

Greve das letras...

 

Greve das letras...

Elas, as benditas letras, se juntaram  em um  motim,  não  querem mais ser expostas, nem exploradas por pessoas que se dizem poetas...

Não,  não... sem as letras não  nascerão palavras, nem frases, nem pensamentos, nem poesia, nem  nada...

E o poeta vai ficar à  ver navios, boiando na secura...
As letras exigiam que fosse respeitado seu protesto... 
silêncio!
E a poeta precisa respeitar o alfabeto... E silenciar...

Aqui neste poema eu brinco de escrever, boiando no seco, pescando  no vazio, nadando na terra, improvisando neste protesto que a mim foi imposto...

Mas, desculpe, o silêncio  tá me gritando no pé  do ouvido! 

Bárbara Guimarães 
D/A9610 98