Vlad Paganini

NUDEZ

NUDEZ

 

Diante da tua nudez

Me transformo em obra de arte

E traço meu corpo no teu

E entre palavras desenho a nudez que te despe!

 

Corpo de menino

Tecitura firme num tear frenético

Onde esculpo meus versos

 

Ao tocar sua pele

Sinto teu corpo quente com aroma de amoras

Café da manhã, manhãs de outrora

   

Ao som de uma bela canção

Recebo tua nudez ao vento

Cheirando a praia sabendo a sal

Melaço matinal

Tua nudez, meu bem, meu mal...

 

Em tua nudez não me canso

Entrego-me em teu corpo gentil, delicado

Chegando até mesmo ser um desejo malcriado

 

Em tua nudez não me calo!

Bebo o seu mel

Entrego meu fel

Orgasmo adocicado, franco!

Manso!

Moscatel!

 

Em saudade quente me entrego em tua nudez

Palavras que em meus versos te desnudam

Em destino, canção, chama e claridade

Tua nudez que ilumina meu corpo e minha alma

Corpo santo, diabo, brasa, fogo, doce fatalidade!

 

Me leva em saudade a variáveis agonias

Saudade quente do teu corpo nu

Que me penetra em canções

Música lenta penetrando em minhas vísceras

Paixão violenta!

 

Despidos em água benta e paixão

Com minha arte derramo meu sangue

Desenho a tua nudez

Em gotas de água rubra que não cessa

E deslizo em tua pele

Paixão poética!

 

Dispo tuas vestes

Laço de fita, cabelos encaracolados

Me lambuzo em teus olhos cor de mel

Exploro tuas matas e o teu deserto!

Jardim em flor!

Teu quintal!

Aberto!

 

Mergulho na solidão do teu cofre mágico

E em fantasias da tua nudez

Anjos me tomam em fantasmas e querubins

Entrego o meu corpo em tua pele de seda

Reinvento a vida!

E sob o luar místico do Oriente

Renasço nos desertos do sem fim...

 

Amo-te em nudez da nossa primitiva existência

Entrego-te minha alma, mais nua que eu mesmo

E, sob teu jugo, a poesia arranca de mim

Todas as dores, todos os amores

Todas as tristezas       

Toda a raiz que brotou a flor...mais que o intenso perfume do vazio

O Perfume do meu imenso jardim

 

Vlad Paganini

 

Quero a tua pura nudez

na plenitude da tua pele em brasa!

Quero-te assim

iluminado e tenso

como quem pensa

que pode me perder

e que só tem a mim

a entregar o teu corpo

despido em minha pele

arrancando todas as minhas

e as tuas vestes

 

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