No começo era outono
Folhas secas pelo chão
Nesse tempo lia o livro
Escrevia poesias
Entre tantos os romances
Escolheu o seu amor
Que a chamava todo o dia
De princesa ou de flor.
Quando inverno, grossas nuvens
Neve, frio, sensação
Quando o fogo da lareira
Atiçando o amor
Sem piedade sopra o vento
Vem bater à sua janela
Quando o grilo volta à casa
A aranha à sua teia.
Certo dia o sol tão lindo
Primavera ali de volta
Com ares de flor do campo
Num vestido evasê
São as flores que se mostram
Nas vitrines da calçada
Há um traço delineado
Há poesia pela via.
Certo dia veio o sol
Que queimava feito estrela
O meu pé pisando livre
Um assento na areia
Me vesti com minha pele
Fui surfar na sua onda
Outros tantos, sua rua
Transitando ali à sombra.