Eu tenho os olhos amendoados do meu pai, eu me olho no espelho e vejo ele em mim, eu me pego questionando o mundo e vejo ele em mim, eu poderia escrever cada detalhe dele que também tenho em mim, mas não quero lembrar que pareço com o meu torturador.
Eu sou a sua filha primogênita, a filha que ele doou como sacrifício para o mundo, em troca da paz, a paz que nunca teve.
Eu tenho os olhos amendoados do meu pai, e vejo tudo, acredito eu, assim como ele vê.
Meu pai é um homem de poucas palavras, mas era bom em dizer adeus.