Poetizando vou seguindo viajando nas asas da poesia...
Nuvem de algodão
Amanheceu! E eu olho pela janela, olho para o céu, e fico sonhando acordada, vivendo e sentindo toda poesia da natureza.
Eu sempre quis ser um pássaro para poder voar e livre, ir para qualquer lugar...
Mas não, hoje eu decidi mudar e ser uma nuvem, solta e perdida no ar...
A nuvem é passageira, ligeira e fagueira.
Eu a sigo e vejo como ela consegue ser tão livre que se desagrega no ar e some com o vento...onde estará?
Eu sei que ela vai voltar com outra forma, ou tom de cinza, avermelhado, ou negro e pesado caindo como chuva.
Sim, isso é ser uma nuvem, é ser quem é...
Ela não é fixa! Ela é volatil, é linda e tímida.
Eu, com muito cuidado, cresci e levei minha mão até o céu, e a toquei, eu senti nas minhas mãos sua delicada textura, temperatura e eu a beijei e a molhei com meus lábios.
Ela tímida, corou, sorriu e evaporou-se no ar...
Eu encolhi e voltei a ficar no meu quarto sentindo nas mãos o perfume que ela deixou, e nos lábios o gosto doce de algodão da minha infância...
Bárbara Guimarães
D/A9610 98