Chegamos na tua casa, que vontade de você meu preto!
Fecha essa janela, a vizinha é fuxiqueira, gosta de ver intimidades de casais, curiosa ou invejosa?!
Enfim, janela fechada.
Matamos a saudade de quem não se via há horas, encaramos a saudade como um animal selvagem que tentamos domesticar, vira e mexe somos atacados e precisamos ceder nossos próprios métodos e planos à selvageria dos ataques covardes que ela dá.
Você goza de mim, comigo, em mim.
Mas no fim o alarme toca, é hora de ir.
Depois de mil enrolações,
o aplicativo notifica,
o motorista chega.
Começa a corrida e meu pensamento viola a velocidade permitida:
“Será que é a última ?” “Será que volto?” “Será que acaba?”
Abro a janela toda, que circule o ar e acabe com a afobação que esgana.
Pode abrir a janela aí também, não tem mais nada para a vizinha fuxicar.