Quero sentir a leveza desses dias límpidos.
Silenciosos dias, sem abismos, nem tristezas.
Percorrer com calma cada passo dessa vida,
vida rumorejante entorpecendo meus anseios.
Quero sentir o vento dessas copas nesse jardim,
calmamente absorver esse dia cintilante.
Percorre cada passo, sem atropelo, desses dias.
Desatar os abismos que essa vida oferece.
Sem vacilar, quero construir outra vida, outros sonhos.
Silencioso, seguro, rever meus passos, navegar.
Envolver-me nessa paisagem, refazer promessas,
internalizando sonhos de uma vida que convida.
Essa alquimia que me transforma, que rumina,
escondida dentro de meu peito entre versos,
buscando enternecido, novo sentido, novos sonhos.
Olhar, abraçar, ressurgir nesse mundo destoante.
Quero beber desse mel, deleitar-me muitas vezes.
Fascinar-me ao contato desses seios de marfim.
Apoiar-me nesse silêncio extremo desse campo,
Inserir-me nessa vida de amores e sussurros.
Amanhecer, entardecer, anoitecer, sem medo.
Quero brilhar entre as estrelas desse céu indecifrável.
Quero sonhar sonhos dos mortais, subverter-me!
Nessa entrega esculpir, extasiado, novas esperanças.