Paulo Luna

Os miseráveis

Os miseráveis

Somos todos

Atravessamos

A ranhura das ruas

Sentimos o cheiro

Do dinheiro circulando

Do sangue alheio

Em corpos suados

Circulando

Não sentimos

O cheiro de enxofre

No grito das buzinas

 

Ignoramos solenemente

O pedinte suplicante

Seguimos construindo

O castelo alucinante

 

Colocando nossa gota

Nesse maremoto que fede