Os miseráveis
Somos todos
Atravessamos
A ranhura das ruas
Sentimos o cheiro
Do dinheiro circulando
Do sangue alheio
Em corpos suados
Circulando
Não sentimos
O cheiro de enxofre
No grito das buzinas
Ignoramos solenemente
O pedinte suplicante
Seguimos construindo
O castelo alucinante
Colocando nossa gota
Nesse maremoto que fede