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O mundo suspira
Em sussurros ofegantes.
O tempo respira baixinho sob os telhados
E as minhas mãos inquietas
Quebram o silêncio
Silêncio que sai das casas mudas.
Mas os pardais em sua sinfonia
Falam pelo silêncio de todos.
Parecem que todos estão a apreciar
A harmonia dessa orquestra.
Vou tecendo telas
Pintadas pelas palavras
Que saem dos meus dedos
E das rugas do meu pensamento.
Cada palavra é uma cor
Numa aquarela gráfica
Cada verso um riso, uma dor...
Misturo formas, cores, flores e dores
Entrelaçando linhas e contornos
De repente está na parede
Um quadro pintado por palavras.