Shmuel

O bezerro e o tempo

Tempo…tempo… sou eu,

Queria sentar e conversar

Sobre as coisas do amanhecer,

Quero mais detalhes dessas cores

Com sabores de relvas e estrelas,

Estou um tanto desajeitado

Nesta veste de caçador de átimos,

Tenho um baú de borboletas azuis

E outros dotes que julgo ser do     teu interesse,

Sentemos a margem do rio,

Não temos pressa,

Olhai os cardumes de séculos.     realizando a piracema

Tempo…tempo…sou eu

Não sei arremessar as tarrafas 

de pescar peixe-poema,

Mas vendo da vida a fluidez,              o escoamento,

Aprendi a não macerar mágoas,

Combato meu medo ruminando

As reservas de sonhos

Certa feita escutei

Que a vida é como uma adega,

Nós somos as garrafas,

a qualidade do vinho, está conectada a esta tripice harmônia,

Tempo…tempo…sou eu, o amor,

Preciso de você mestre!

Da sua paciência, e prudência

Sou um bezerro afoito

Por vezes descuidado.