POESIA, MINHA MELHOR AMIGA
‘Quando eu estiver feliz ou até mesmo triste, com o coração cheio
de mágoas ou até mesmo explodindo de amor te procurarei.
Se não puder me ajudar, tomarei um porre e me embriagarei de mel e cachaça e entregarei meu corpo e minha alma e louvarei a ti mesmo assim todos os versos que brotam em mim‘
Já te crucifiquei
Te culpei por tudo
Por perder noites de sono
Por me atormentar nas madrugadas
Por me levar como um sonâmbulo
A andar pela casa
Bater minha cabeça em sonhos infindos
Debruçar sobre as estrelas na minha varanda
Acender em luzes no meu olhar
Te culpei por atirar em meus olhos um punhado de areia
Acender minha maré cheia
Me levar pro fundo do mar
Me transformar em sereia
E em forma de sons lúdicos cantar a tua magia
E me encantar com tua voz do luar
Me enlouqueceu por anos
Me virou do avesso
Dilacerou cada pedaço do meu corpo
Me ardeu nas veias
Percorreu meu corpo até sangrar
Te culpei sim
Por rasgar em minha pele
Todos os versos que guardava comigo
Hoje te absolvo
Adoçou e salgou todo o meu sangue
Invadiu até o meu umbigo
Fez o meu silêncio gritar
No meu peito vibrar
Não posso fugir desse encanto
Do teu cheiro de flor e do teu gosto de mar
O aroma da tua lua
O frescor do teu rio
Teu cheiro de maçã verde
A febre do teu ventre
O calor do teu sol e ardor das ondas do meu amar
Com o sabor do teu mel e da tua cachaça
Agradeço o teu frescor
São e por algumas vezes embriagado
Cumpro o dever dentro do meu corpo
Que outrora se fazia por esquecido
Ardor do corpo exigido
O teu amar e o teu abrigo
Poesia tu és minha melhor amiga
Minha companheira
Não me abandones
Não me deixes cair em ribanceiras
És a minha cerimônia, um casamento em que me realizo contigo
Entre prado e flores, amores, dores e tantos favores
Me entrego a ti
Por entre folhas e coxas molhadas
Na tua voz mansa que sussurra em meus ouvidos
Todo o meu ardor e minha libido
Escrevo a ti do meu espírito pra fora
E consagro todos os meus versos
Por entre meus dedos, minha boca
Me entregando fêmea e macho no teu ventre
No gozo do prazer por entre meus dentes cerrados
E com o sabor da tua língua por entre meus lábios molhados
Vlad Paganini
‘Poesia tu és a bíblia que carrego comigo’
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