Nelson de Medeiros

PARADIGMA DE AMOR

PARADIGMA DE AMOR

Um sabiá laranjeira,
Toda manhã me acordava,
C!o poema que cantava,
Escondido na videira!
 
Som de flauta  ele entoava!
E da minha  cabeceira,
Quase de certa maneira,
No infinito me lançava!
 
Eu  quis  ouvi-lo de perto...
Não deixou, pois muito  esperto,
Jamais  cantou  a meu lado!
 
Também minha  sabiá...
Versejava amor de lá,
Mas, sem nunca ter-me amado!