OS MEUS VERSOS
Os versos que eu canto
Não sei
se vão muito longe
A muitos causam espanto
A outros pouco constrange
Porque é uma poesia sentida
Daquilo que todos sentem.
Extraída
do mundo e da vida
Daquilo que nao se tem.
Eu vejo
os homens temidos
Disputando
domínios feudais
E muitos vassalos perdidos
Nos átrios coloniais.
Também
vejo as assembléias
Como as antigas sinagogas
Os mesmos discursos
as mesmas ideias
Embaixo de velhas togas.
Os mesmos arautos
Ainda como dantes
Silenciosos incautos
Vaidosos e pedantes.
Eu vejo tudo
tão novo
Mas na mesma
Visão primitiva
E ao ouvir o cântico
do velho corvo
Não há ente
que sobreviva!
Eu sei que
essa ânsia é vazia
É um grito silencioso
E não vence a apostasia
Pois tais versos
não irão muito longe
Também
a muito poucos constrange
Essa tal de poesia.