Queria a você dizer meu sentimento de menino naquele quintal...
Queria ver o tempo passar eternamente no fim de tarde nostálgico, vendo o sol se fracionar no horizonte
Queria ser a noite para estrear o dia
Bastaria ser eu um orvalho de alegria em uma manhã carente de entardecer
Fluido pensamento que me escapam os momentos, os quadros, gravuras, janelas de tábua e tramela, com gosto de poeira de estrada
O tempo é minha alma em páginas de livro
O tempo é o terreiro onde corro, é o mato onde vivo, é o morro altivo, de onde vejo o aceno do longe
Queria ser aquela brincadeira esquecida, ser a alegria espontânea que passou quase despercebida
Queria reviver a lembrança do gosto da fruta direta do pé enquanto criança
E na beira de um rio, águas em remanso cumprem a lei, seguem o caminho, sem olhar para traz e certas de nunca mais voltar
O canto de um sofrer me distrai...
Queria dizer a você meu sentimento de menino naquele quintal...