Dormente emoção
Indolor sentimento
Desse cárcere
Que me comprime
Dessa densidade
Que me oprime
Nessa minha ilusão
Em sólida frieldade
Meu silêncio é calo
É o nó na garganta
De um desdizer falho
Da desexpressão
Minha indefinível tez
Esse semblante turvo
Encobre meu grito mudo
Nega-me a maciez
Retira-me a luz
Resta-me opacidade
Há quem me lança
Em violência
Há quem tropeça
Em sua andança
Viro obstáculo
E sou aspereza
Outros poucos
Com mais destreza
Faz-me espetáculo
Peça de arte
Meu silêncio é calo
É o nó na garganta
De um desdizer falho
Da desexpressão
O desprezo medra
Sou carente de ecos
Olvido se tive afetos
Cansa-me ser pedra
Dormindo ao chão