Gisele Cunha

O destino de Calla Lily

 

 Meu nome é Calla Lily

Muito conhecida como Lily, no lugarejo que nasci, e me criei.

Tenho nome de flor, mas ninguém nunca me viu com delicadeza

Morava no sertão nordestino

Pisava sobre o solo do chão rachado

Andava léguas, para pegar água no único riacho, para não vê meus dois irmãos, e minha mãe idosa morrerem de cede

Na volta para casa a barriga roncava de fome, e sábia que quando chegasse não ir ter o alimento para comer

Triste ficava olhando para o tempo, sem saber o que fazer

Minha mãe ia até o terreiro cozinhava palma, planta que sustentará os poucos gados da vizinhança e dava a agente para comer.

Eu não sei o que é ser criança, logo cedo fui trabalhar acordava para capinar o quintal dos outros para ganhar em troça um punhado de farinha para tentar sobreviver.

Um dia passando próximo a quitanda de seu Zé, uma mulher bem vestida me chamou e perguntou se eu queria sair daquela vida?

Estranhei demorei a responder, mas pensei em minha família, e logo aceitei o convite.

Fui até minha morada conversei com minha mãe, e ela chorava e dizia, minha fia não faça nada para depois não se arrepender, ela só pediu a sua bênção, ela disse Deus te abençoe.

Se for para te vê feliz fico com coração partido mas tenho que entender, e todos se abraçaram, ela saiu e não olhou mais pra trás.

Chegou na cidade grande a mulher disse coloca esse vestido vermelho, vai se arrumar é aqui que você vai viver Já tem cliente te esperando, então venha produzida, com unhas e cabelo, feitos...

E ela ficou pensativa, sem querer perguntar o que ia fazer

Quando ela voltará para o salão já tinha um senhor muito rico que frequentava o prostibulo e diz cabrita nova na área é com ela que vou me deitar hoje.

A menina só fazia chorar, quis voltar para sua terra de origem.

Mas a dona que tinha te prometido uma vida maravilhosa disse esse é um caminho sem volta.

Ela acreditou nas palavras da aliciadora e se acostumou com aquele modo de vida, mandava dinheiro para sua famíla

Sentia falta, não conseguia se aproximar pois, em uma conversa com uma das colegas diz o lugar que eu vim é puro.

E eu agora me sinto contamida com os feitiches do mundo, tenho quase tudo que quero, mas o amor verdadeiro parece que nunca mais irei sentir.

Autora: Gisele Cunha