SUAVE VENENO
‘Como num suave veneno seu corpo no meu fez-se belo, fez-se carne, fez-se amor, me beijaste e com ternura me chamando de teu homem, tiraste o teu véu e colheste a minha flor’
Tuas mãos exalou um aroma suave
Ao tocar minha raiz com teu sabor de terra
E através dos seus olhos penetrastes
Em meu secreto jardim
E num suave veneno
Invadistes a terra dos meus céus
Suave e sereno arrancastes meus véus
Despertando meu coração que adormecia só
Terra sobre terra, sobre o pó!
Foi assim:
Desenhastes em meu corpo
Tuas mãos como um pincel em arte
Os meus e os teus lábios em aquarela
A despertar o meu e o teu milagre
Teu homem menino ao colher a minha flor
Em teu peito te invadi em cor
Fez-se sabor
Fez-se carne
Fez-se pele e odor
Fez-se belo
Fez-se o teu e o meu pelo
Fez-se amor!
Entreguei em teus lábios o meu suave veneno
E ao plantares em mim a tua terra
Beijei-o com ternura
E amedrontei de desejo toda a tua nomenclatura
Meu menino homem ao sentir o teu caule arar minha raiz
Exalastes em mim todo o meu perfume em tua alma
Desnudando em teu corpo como é se entregar a ser pleno e feliz!
E no mais delicado abraço que desprende para abraçar o teu coração
Desnudei em teu corpo o que é o amar em oração
E a deitar-se em minha cama
Revelei a ti o que é amar sem pecado
Abrindo todo meu corpo e recebendo o teu em comunhão
Hoje essas tuas mesmas mãos desejam recomeçar
Reinventar aquele nosso mais doce pecado
O mesmo sabor daquele tempero
A degustar todo o frescor da tua maçã
Pousar de desejo novamente em meus braços eternamente pleno
Num doce e suave veneno
Vlad Paganini
Entre a tua pele e a minha
Existe uma grande dose em preto e branco
Um sabor de suave veneno
Nuances e tons de vermelho
Meu coração no teu corpo moreno
Exala aroma de pecado
Lindo e louco
Pleno num sabor de veneno, de mel e sal
Amor veneno
Amor catedral
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