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Claudio Reis

AS VEZES AINDA PENSO QUE ESTOU A TE ESPERAR

Houve um tempo em que fingiamos ter felicidade
Chovia o tempo todo, o céu era cinzento
Acordavamos distantes um do outro com o Sol sem brilho e calor
Sem o orvalho nos campos as manhãs eram frias e descoloridas 
O nosso amor estava velado, apático assim, igual as manhãs 
No tempo em que pensávamos ter felicidade nem os dedos apontavam as estrelas
Os ventos sopravam no fim das tardes e levavam embora as pétalas das flores
Pareciam distanciar ainda mais os nossos desejos, os nossos olhares 
Sempre ansiamos brincar como duas crianças felizes
Por muitas vezes ainda penso que estou a te esperar
Parece já não ter chegado com suas vestes alvas de inocência 
O beijo quente com os lábios bem trêmulos confirmam nosso encontro
Como demorou acontecer este sonho, este amor
Por muito tempo te esperei
Por muito tempo ficou sem vim.

Cláudio Reis