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Victor Severo

Aos homens que não amam as mulheres.

Sempre e sempre injustiçada.

Perseguida e humilhada.

Se és símbolo da criação...

Por que vir da costela do tal Adão?

 

Sempre e sempre rechaçada.

Ofendida e destratada.

Desconhecem teu coração.

Fazendo-te cumplice da tentação.

 

Sempre e sempre abusada.

De prostituta tachada.

E os adúlteros onde estão...

Se gabam de dar-te o pão!

 

 Sempre e sempre explorada.

Ao casamento escravizada.

A uma simples certidão...

Para provar sua retidão.

 

Sempre e sempre tão cobrada.

A um podre lar devotada.

Forçada por convenção.

A uma triste escravidão.

 

Sempre e sempre enganada.

Traída e abandonada

Como acreditar então.

Em quem lhe jurou proteção?

 

Sempre e sempre apedrejada.

Nem no final santificada...

Somente na morte então.

Se liberta da prisão?