Quando vi aquela imagem eu entendi como era importante chegar ao limite e me lembrei de quantas vezes fiz isso.
Quantas vezes me entreguei pra algo ou pra alguém sabendo que nada mais importava, me vi grande, capaz de me rasgar inteira por aquilo que eu acreditava.
7 anos foram dias e dias.
4 anos e 4 horas de todos os dias também
Os quase 2 anos também foram.
Sair do meu sonho de \"mãos abanando\", exausta, com raiva, com choro, isso foi também.
Olhar pra frente depois das ofensas e acreditar que eu podia mais, que eu era mais ou que algo iria acontecer, um impossível, um terremoto, um avalanche, sei lá... e sabe?
Aconteceu!
E ele foi lindo!
Fez um desenho no céu, coloriu o escuro da noite por um momento.
Eu não sei pra que perder tanto tempo com tantas futilidades, com tantas histórias vazias que não são dotadas de significado pra ninguém.
São um emaranhado de coisas que só acumulam num mundo transitório.
Eu gosto tantas das imagens, do silêncio de um abraço apertado, de uma lágrima de alegria, do não saber explicar.
Não entendo pra que tanta privação.
Muitas das vezes eu prego a leveza, a simplifidade ou o sair inteira, mas olhar pro passado e ver todas as minhas cicatrizes profundas, todos os rasgados da minha alma me trás tanta paz.
Paz de saber que eu sobrevivi, eu sempre, sobrevivo, depois da morte ou quase morte eu ainda estou viva e certa, completamente certa das minhas escolhas.
Eu nasci com uma marca que atravessou meu crânio e saiu na minha nuca, uma provável espada que afundou minha alma, me mostrou minha ancestralidade, me abriu portais, me fez entender que eu fui, mas fui com honra, de joelhos, olhando pra cima, pra aquele que me acertava com minhas mãos pra trás, aceitando meu destino mesmo sem estar no lado certo do combate.
Eu morri e vivi de novo e vou morrer quantas vezes eu precisar de ser.