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Marco Chies

TERRA

é a aparente doçura das ovelhas
placidez de gado ao sol de um céu poucas nuvens é verão
olhos determinados de um pássaro
em voo de mergulho que falha e a presa foge e o lago a acolhe
na margem de plantas bêbadas do ondular das águas
o vento de transição faz isso também
tremula os cílios nesta hora somos basicamente visão
e se longe o som dos sinos chega distorcido domingo
conto cada todos acordes que agora eles tem odor
são ervas aparadas arbustos de alecrim ao chão
e o semblante do mundo que esculpimos
contém a rudeza das pedras lascadas e galhos retorcidos
mas maciez de pétala você como flor