Há aquele que se compraz
Em se vender
Por 30 moedas de ouro
Na ânsia de mais tesouro
As expensas da dor alheia obter
Não se importando
De mulher e filhos está dando
Como moeda de troca
Não infame empresa
A que se predispunha,
Toda sujeira pondo
Debaixo da mesa!...
E na vil negociata
A que se propunha,
A abjeta criatura,
A de mamata
Vergonhosamente viver,
Ainda por pobro é tido
O bandido:
De bom moço , a capa veste,
De recatado e ilibado se traveste ,
Mas na verdade , é um ladravaz,
Que oculta sua face obscura
Na sombra da hipocrisia:
Vive de embuste, tanta
Maracutaia apronta!