O arfar do seu dorso
Era quase imperceptível...
No seu anverso
Verso do meu anseio
Namorava sua silhueta
Uma silhueta pura
Seus contornos
Como a linha do horizonte
Cordilheira sensual
Uma paisagem nua
Seu corpo horizontal...
Poros salientes
Pelos em arrepio
Aliso, aprecio
Suor, feromônios
Cheiro do seu cio
Faz-me anjo e demônio
Toco, vejo, regozijo
Seu atlas cervical
Desço contando vértebras
Cauteloso ao paraíso
Já era êxtase, irresistível
Depois da toada de amor
Transe, sensação do torpor
Aquieta-se nesse repouso
Era quase imperceptível
O arfar do seu dorso